quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Sentimento do Mudo

Sabe existia um mudinho. Pobre garoto sua voz era sem som e sua palavras não faziam eco e eram estéreis suas interjeições. Ele caminhava com seus passos também mudos sem chamar muita atenção mas fitava as pessoas olho a olho, se ele não falava ao menos acreditava que seus olhos falavam e eram escutados. Olhos que transbordavam versos, diálogos, parágrafos e textos interiros, mas que pena o garoto estava errado pois se ele era mudo os olhos ao seu redor eram surdos e não o escutavam, mas ele tinha todo o sentimento não do mundo mas apenas o seu, o sentimento do mudo que era mais eloqüente que o de muitos, era tagarela para falar a verdade e a todos fazia questão de dizer pena que os ouvintes não eram atentos eram mais fracos de sentido que o mudinho.

“E ele achava que era mesmo diferente que aquilo ali não era o seu lugar” mas não decidiu comprar passagem para ir a lugar algum. Encarava agora muito mais as pessoas agora por obrigação. O deficiente era ele e os outros que eram insensíveis. Ficar apenas nos seus recolhidos escritos não era o suficiente. E como havia de ser eis que surge uma garota e os dois se acham no mundo do sentimento mudo e eles acharam que era romance perfeito. As palavras que eram vácuas agora se ligavam umas as outras. Mas a garota não era igual a ele nem a ninguém era cega de nascença também trazia consigo uma deficiência. Como se entenderam então? Ela com certeza sentiu aquilo que explodia dentro dele o sentimento do mudo tão grande que cabia nele todo o mundo, ou simplesmente ele aprendeu braile e ela libras ou finalmente o narrador nenhum pouco onisciente não sabe de nada e nem se importa só sei que ficaram juntos. Os olhos falantes do mudo ficaram bem ao lado dos ouvidos sensíveis dela e esse caso de amor peculiar foi indo e eu não sei mais nada então.

Bons ouvidos para fracos olhos, olhos perfeitos para quem é fraco de tato, um bom tato para quem nada ouve. Ninguém é perfeito e eu muito menos e sabe eu e o mudo não ligamos para isso então deixe estar continuamos sentindo.

Ps.: Pedaço tirado de "Faroeste Caboclo"
Ps 2.: Depois da terceira acho que você pega o jeito vou ter que trocar o nome do blog, prosear é bom.

Dissertação Ébria

As asas de cera ficaram encostadas temporariamente, estão ali jogadas no canto culpa das férias fiz delas recesso pra quase tudo, mas sabe o céu de Ícaro não se pode abandonar por completo e nem assim desejo. Fitar a lua tão linda como estava hoje e não sentir nada pra mim é impossível. Pois bem o céu é azul o sol é quente e tudo fica igual como sempre, as coisas mudam, mas não com tanta freqüência nós Humanos somos, não diria a exceção, mas aquilo de mais mutável que se pode haver. E essa inconstância tão constante que nos pega facilmente é motor para voar, se prender estritamente a retilínea racionalidade ou as reacionárias oposições que nos cercam não consta muito em mim. Certo sou indeciso e tenho ciência disso, vôo com asas de cera sobre o mundo quando me convém. Às vezes a cera seca por estar perto do sol ou se molha na proximidade das águas. Subo demais e me perco ou me desligo como nesses últimos dias caio n’água.


“O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu”, concordo plenamente e acho um ótimo lugar para se estar de vez em quando ou de quando em sempre... É relativo. Espada na bainha, amor no papel, digressões como essas sem muito êxito por aí, ébria forma de se dispor as palavras. Bem sem promessas de ano novo me prometi não falar dele (é redundante) mas vou estar no céu nesse ano e em todos os outros. Acho que vou parar de planar como um urubu aproveitando a corrente de ar quente, esta aí uma metáfora boa ainda que inusitada de descrever como se faz para escrever. Sou um urubu com asas de cera voando na poesia do céu de Ícaro sendo levado pela corrente de ar que é a inspiração. Explicar metáfora é estranho mas tem primeira vez pra tudo tenham certeza que não os subestimo.


Dito isto me sinto com preguiça de continuar e acho que o céu de Ícaro voltará em outros textos, talvez quando eu pegar uma melhor corrente de ar. Por hora vou deixá-lo nublado e voltar para o solo encostar as asas de cera no canto do quarto ao lado da minha guitarra e só me deixar ser.

PS.: A frase entre aspas é da música “Tendo a Lua” de Paralamas música bem legal por sinal.
PS 2.: Me achei extremamente perdido nesse texto, mas prosear parece ser bom.

sábado, 21 de novembro de 2009

Sugestão ao Sentimento Alheio

Desata o nó
E deixa-te florecer
Há primavera sempre, basta querer
Uma pétala que distoa
Não deve afetar a flor que és
Digerindo esse incômodo na garganta
Abre as asas e voa
Por que já vem o alvorecer
Dando luz a toda flora
Mescla a luz com o açúcar
Faz um esplendor de doçura
Traz a tona tua essência pura
Desfazendo os tristes nós
E que permaneçam os laços
Apertando-se abraçados.

PS.: Enderaçado a quem interessar

Sorte de Hoje

Hoje é um bom dia
Para distribuir alegria
Mas todo dia é dia
De jogar para fora essa simpatia
Não nego a tristeza e o aborrecimento
Tenha certeza creio nesses sentimentos
Mas alegrar-se gaha fácil de forma passiva
Essa luta sensitiva

Todo dia é bom para o carinho
Ainda que se esteja sozinho
Lá longe alguém sente
Todo o afeto reciprocamente
Verbalizar às vezes não é preciso
Mas há dias em que o dia é salvo
Apenas por um sincero e ingênuo dito
"Gosto tanto de você" e muitos outros
Para enxergar o prazer nos rostos

E acho qu a sorte
É que estou vivo e existo
Sinto, logo existo
Todo dia, todo sempre e hoje também é preciso.

Ps.: A sorte de hoje é aquela do orkut e foi as duas primeiras linhas , normalmente as ignoro por achá-las bestas e tal mas a de hoje me incentivou a escrever.

Citação- Ira!


"No universo dos seus olhos existem seres invisíveis existem astros e estrelas que ninguém nunca viu, no universo dos seus olhos o mundo cabe em sua pupila... "


(Edgar Escandurra)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Galatea Desconhecida

Duas poesias parecidas, acho que gêmeas na verdade, são duas tentativas mal-sucedidas daquilo do que eu queria escrever feitas em momentos diferentes, mas desisti de uma terceira vez então trago as duas e as deixo a vossa mercê.


Sem saber o que carregas no olhar
Ou como trazes teu cabelo
Sem saber tua cor,
O teu sorriso eu nunca vi
Mas já entrego todo o carinho
Esta aqui, guardado para ti.
O momento incerto
Do fim do platonismo certo
Em que abandonarás a estátua que fiz de ti
Um rascunho incógnito de teu existir
Se tornará verbo e carne logo aqui.
Enquanto isso há vida
Muita vida eu garanto
Sempre com a intenção de ir
Até onde se escondes
Não existe Afrodite para rogar
Tudo bem sei que chegarás.


.................................................................................................

Desconheço o seu olhar
E a cor que ele carrega
Sua altura e forma
O que fala e sente
Como o seu cabelo prende,
Mas sei que estas
Em algum canto
E bem aqui dentro de mim.
Enquanto não a acho
Vivo bem, ao máximo
Mas faltando um pedaço
Imagino o contorno e silhueta
Mesclada apenas ao que já sinto
Idéias efêmeras surgindo
Vou ficando nesse platonismo incerto
Sem Afrodite para rogar...
Um dia estarás aqui perto.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Assassino

Já era sabido, estava arraigado e difundido.Era de entendimento público o que acontecia.Todo dia depois da noite era impossível não haver nova vítima, era esperado que um novo corpo fosse tomado.A mim pouco importava "Nunca acontece conosco" é o que sempre achamos e deixei- me ir pelos anos.

Um dia então, ou melhor, numa noite ao menos acho, só sei que se fazia escuro antes do acontecido.Furtivo e silencioso, divinamente imperceptível.Adentrou.Não sei por onde e como foi dado o início, as janelas se encontravam cerradas, portas trancadas alma calada.Com a cabeça no travesseiro e as cobertas sobre mim e nas paredes as sombras se lançavam distorcidas pela madrugada, sombras de nada.E eis que da sombra ele se levanta o Assassino tão famigerado, postado bem à minha cabeceira.Olhos fundos... Imensos me perdi neles, imóvel, estático, fixo eu fiquei.E lá parado ele desembainhava lenta e despreocupadamente sua adaga incrustada de morte...

Foi súbito o movimento e frio o metal cravado em mim, recebi conscientemente o golpe único em toda minha vida como só podia ser.Então ele puxa sua arma de minha carne, recua e abre a janela. O prata da lua agora se mescla ao carmesim de meu leito e as estrelas longínquas,primeiras testemunhas deste acontecimento brilham sem pudor.Era desnecessário se esconder e o Assassino com a missão concluída transformando mais uma ex-vida agora sai e se mostra para que todos saibam que fui atingido.O sangue caudalosamente faz seu caminho o cheiro do feito impregna tudo, a ferida aberta no meu peito não carece de leito.Permaneço vivo.Verdade seja dita fui apunhalado para realmente viver, depois da visita do Assassino sinto você nascer em mim e eu em você. O nobre Assassino se foi mas deixou para trás sua trilha: o sangue que gotejou.Cada pingo agora é motor do que nutro com furor.Como foi bom ser assassinado.

Passo a Passo

No passo a passo
Com os pés descalços
Caminhando duro
Até a beira do mundo
Na mochila tudo da vida
No coração tudo de você.

No passo a passso
Dei a volta em tudo
Já estou aqui de novo
Eterno e seguro.

No passo a passo
Descobri um rumo
Voltei a mim
No coração tudo do mundo
E na face sempre o sorrir.

Ele Foi por Aí

Cadê?Pra onde foi?
Todo o amor que pensei ter
Aquilo tudo que explodia
Antes de eu poder reconhecer
Era rápido, puro instinto
Era lento, puro prazer
Era tudo e já não é mais.
O tornado virou brisa
Soprando macia para me lembrar
Que se o amor se foi
Resta algo, alguma coisa ainda há
De haver para complementar.
Não é tristeza nem nada
Tem felicidade que não tarda
Há tudo menos amor
Este se perdeu.

Citação - Luiz Melodia


"Mesmo se tudo juntar por aí em nós, o só há de sempre existir"

(Luiz Melodia/Perinho Santana)



Ps.: Aderindo a uma certa inetertextualidade entre blogs

Poesia para Ninguém em Especial

Escrevi um verso glorioso
Com algumas rimas
E todo o sentimento
Só para dizer que te amo,
Mas lembrei depois
Do que tinha esquecido
Não há ninguém
Para dividir o verso comigo.
Um poema para ninguém em especial
É como água do mar sem sal
E eu quase já nem digo
Que é incompleto, mas sensitivo
Escrever sem olhar para ninguém
Estar aqui só comigo.
Há alguém especial muito além
Firme fato decidido
Redundante verso não omitido
Esqueci dos versos
Foram-se as rimas
Em ninguém em especial
Fiquei pensando
Sobre o papel deixei o lápis pairando
E fui esquecer de lembrar
Do sal que falta no mar.

Dois Dedos de Prosa

Tanto tempo passado e muito desde tempo junto contigo.
– Eu te amo - acabei soltando
– ... - ela retrucou
– ?
– Não fale, eu sinto e vivo.

..............................................................

Junto dela sem pensar em nada bem abraçados.
– Engraçado eu caibo exatamente no seu abraço - ela me diz
– Nele cabe muito mais.Por exemplo aquilo que sinto.
– Eu sei esse abraço cabe em mim.E também é recíproco.

E abraçados ficamos.

Rimas (Quase) a Esmo

A lua
Se mostrou na rua
Crua
O céu
Se revelou sem véu
Me senti um réu
Acusado
De estar enamorado
Te querer do meu lado
Sem tribunal
Para julgar esse mal
Não há um sinal
Para me dar a certeza
Sentir com clareza
Desconheço essa proeza
Mas no fim
É certo para mim
Que enfim
Nutro algum desejo
Maior do que tudo o que vejo
Mas não rimei a esmo.

Nossos Olhos

Para falar a verdade
Vou mentir mais uma vez
Quando digo que os olhares perdidos
Não se encontram em você
Itinerantes sem meu conhecimento
Meus olhos cruzam com os teus
Nem parece rápido mas é lento
A eternidade do fugaz momento,
Mas em teus olhos vejo
A inconstância maior do mundo
Muito além de mim e do desejo
Neles cabem tudo o que sinto.

PS.: Por que é tão bom falar de olhos?

Ali Anda Luz

Ali anda luz
Mesmo que não pareça
Ainda que se entristeça
Num dia que começa com espera
As pessoas ao seu redor sim,
Mas você não se estressa.

Ali anda luz
Se é certo o improviso
Errado não saber o dito
Numa apresentação
Ou vida afora no que for

Ali anda luz
Depois de tudo a certeza do riso
Acaba-se bem mesmo com turvo início
Às vezes inconseqüente o bom otimismo.

Ali anda luz
Há luz ainda
E vai haver
No centro de nossos olhos
Lá longe numa península
Em qualquer lugar basta acender.


PS.: Finalmente a cadeira de Civilazação Ibérica serviu para alguma coisa

O Ponto de Gostar

Se gosta e ponto
Sem necessidade de explicação
Joga-se fora qualquer reflexão
Sente-se assim de bate pronto
Todos os males benéficos no coração
E abandono a razão
Assim num instante
Estala-se os dedos e cá já esta
O irremediável gostar
Chega-se ao ponto
Que não é final
Mas que da início
Gostemo-nos, partilhemos esse vício!

Para Ela

Tentei pintá-la mas me faltaram cores
Quis desecrevê-la mas escassearam os detalhes
Pretendi nomeá-la não havia palavras
Achei de desejá-la sem pretensão de posse
E para exaltá-la escrevi estes versos
Quis amá-la e o fiz pela eternidade.

Outono

O outono chegou…
Não só para as árvores, mas também para mim
Não só a natureza, mas também meu coração
Se prepara para o nada.
Os meses calados e tristes
O silêncio sem as palpitações
Mas as raízes estão firmes
E muito mais virá
Debaixo do céu de outono
Vejo folhas caindo
E meu sentimento se ressentindo.

domingo, 27 de setembro de 2009

Sístole e Diástole

E ele bate
E rebate
Se alegra
Num dia tolo
Diástole
E reflete
E aquieta
Se deixa levar
Sistematicamente
Sístole
Não há porque parar
Este movimento
Sístole e diástole
Incessantes
Diástole e sístole
Inconsequentes
Dilato e elevo
Com um fugaz olhar
E às vezes contraio sem pensar
Só para voltar a expandir
Com outras pessoas dialogar
Deixar espalhado o sorrir
Repartido, refletido e retribuído
O bater de corações amigos.



PS.: agradeço a quatro garotas "alegres" num bar por me lembrarem desses dois processos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Devaneio Catado nos Ventos da Terra do Nunca

O vento é muito mais que ar em movimento

Ele nos traz muito, todos os sentimentos

E nós o catamos com ou sem discernimento

Carregando todo o furor, a ilusão

Estéril, concreta, palpável no coração

Remete-nos a devaneios então.

Vai longe fazer sua curva

Numa inóspita terra do nunca

Pra onde só aponta a nossa bússola

Distante terra onde há esse vento iludido

Tão próxima para estes que se perdem nos escritos.

E é assim mesmo e assim será

O vento, a ilusão, o nunca não nos deixará

Três jeitos para dizer que o amor viverá.


Ps.: adorei fazer essas alusões xD

Ela Sorriu

Ela sorriu

Graciosa e bela

Linda e quieta

Com uma alegria inocente

Um riso inconseqüente

Me deixando perplexo

A olhar sem nexo.

Ela me atraiu

Sem dó nem pena

Triste sina

Esse encanto de menina

E por entre as nuvens

Radiante

A lua sorriu minguante

Eu pequena estrela fiquei ali

Vendo uma paixão tão crescente.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Insônia

Mas o golpe extasiante do sono esta começando a me afligir
E sinto as pálpebras pesarem e o coração se aconchegar,
Parando de palpitar pela pessoa que desejo e lembrando que meu sangue ele precisa bombear, dar um tempo no exercício constante que é te amar.

Ô vida que não é Severina, mas que encontra em meu peito um sertão árido

Por nele não encontrar o par,
Espero pelo rio caudaloso que irá me fazer transbordar.

E nesta espera o sono se vai e uma insônia me vem
Ela começa a chegar e me tira qualquer êxtase sonífero
E compadeço de tudo e sofro por nada
Não durmo, mas vou procurar nos sonhos a minha morada.

Marujo

Navegar em verdes-mares, seus olhos,
Me perdendo nesses oceanos sem nenhuma bússola pra me guiar,
Uso o teu sorriso para me justificar.
Um marujo perdido sentindo o sol refletir dourado em teus cabelos
Um marinheiro que só deseja se afogar em teu abraço.

Não há brisa tão boa quanto o sopro de tuas palavras
Não há vida melhor que não seja ao teu lado.
Por isso vou e volto no meu barco
Deixando sempre a bandeira do meu sentimento tremular no mais alto mastro.


PS.: achei esse boiando nas águas dos meus antigos arquivos de escritos, já estava à deriva fazia meses, sensação de recuperar um náufrago.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Desabafo do Eu-Lírico

Pobre de mim
que sofro tanto sem ter vivido
que não aprecio o que esta escrito
que presencio aquilo que não é comigo
que apenas conto o que me é dito.

Um tirano de lápis na mão
me faz refém vitalício
A vontade dele me guia
ai de mim pobre eu-lírico

Canto a canção de outro, harmonia alheia
Planto e nada colho, fico sem colheita

Nada faço por mim,
mas em mim muitos estão
multipersonalidades distintas
dependem somente da emoção
daquele que molha a pena na tinta
e através de meu ser fala tudo que sente enfim.

Miopia

Tão incertos,
Tão inquietos,
Tão cegos,
Os versos míopes que afloram
Sem razão
Ou com toda,
Mas com muita emoção
Ainda que eu fosse míope só da visão,
Mas ela me castiga
E se espalha, embaça...
Até mesmo meu coração
E não há óculos que cure esse mal.

E sozinho aqui
Vejo (ou nem tanto)
Que é assim mesmo pro meu espanto
Tudo é sem foco
E há muito que desconheço.

E levo a vida
Ou ela me leva
De mãos dadas
Vendo o muito pouco do quase nada.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

4 Letras

Tácitas e espontâneas
Elas vem surgindo
Quatro letras tão errôneas
Que dizem tudo que estou sentindo.

A meu ver é você e nada mais
Que esta bem aqui pulsando
O motivo por trás
Das quatro letras que vão brotando.

Casualmente fico pensando
Que não as posso escrever
E vou me enganando
Tão livres são ou parecem ser.

Ignoro seu perigo
É o que deve ser esse fervor
Por isso enfim digo, mas ainda deixo subentendido
As quatro letras são: a-m-o-r.

Sonho, Descuido e Queda

Até mesmo antes de te ver já esperava todo o seu ser
Sonhava incessantemente com você
Mesmo sem saber de alguma forma era pra ser assim.

Nada se concretizou, mas tudo bem pra mim
Ou nem tanto mas ainda há o porvir,

Vou levando no melhor que posso com a dose de descuido próprio
A mesma tão conhecida que me faz cair
Numa dessas escorreguei
Caí apaixonado e até agora não levantei.

Sensorial

Os olhos riem largamente
um sorriso que com o tato se sente,
os ouvidos sorvem tua voz
inspiram cada palavra como notas se desfazendo em nós.

Meu nariz inala teus movimentos
guardando o fugaz sabor de cada momento.
Apalpo teu odor pra guardar em mim
o caleidoscópio de sensações sem fim.
A língua se contorce alegre
é a explosão da tua cor que me apetece.

Olhando não vejo, mas sinto
acabo inventando um sexto sentido
e um sétimo e um oitavo
vários, tantos, muitos outros
para fazer companhia aos meus cinco
todos vão se derramando em teu íntimo.

Mas sei que todos são regidos
pelo bater certo e convicto
que trago na esquerda do peito aqui comigo.

E da tua boca exala
Dos teus olhos flutua
Da tua pele se desgarra
a seta espiralada que confunde meu sensorial.
As narinas que se dilatam
Os tímpanos que alcançam
você lá longe de forma especial.

Silêncio

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Tudo fica assim quando estou do seu lado
e só o bater do coração quebra o silêncio encarnado.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Enquanto Eu Estou Aqui

Enquanto eu estou aqui me deixe
te olhar com meus olhos inconsequentes
Enquanto eu estou aqui me deixe
com seus gestos, os mais singelos, os mais histéricos
Enquanto eu estou aqui me deixe
andar ao teu lado no meu jeito relaxado e estupefato
Enquanto eu estou aqui me deixe
pegar tua mão e te levantar mesmo da queda de outro
Enquanto eu estou aqui me deixe
brindar a vida com você sem riscos e mal entendidos apenas prazer.
Enquanto eu estou aqui e por fim, me deixe
ver por todos os ângulos o teu sorrir
furtivo,explosivo,horizontal e às vezes oblíquo, mas sempre atrativo.
E quando eu já não estiver ainda estarei,
esperando tudo isso em dobro sem necessidade de consolo
um ao lado do outro como quando nem esperava estar.
Enquanto eu ainda estou aqui me deixe
ficar e ser e não se incomode isso vai se resolver.

Sem Pudor

Sem pudor algum
Sem problema nenhum.
Como nos velhos tempos,
Nada velhos e muito recentes.

Sem pudor algum
Nenhuma ferida, mas uma cicatriz
Quero tudo de novo quero bis.

Sem nenhum pudor,
Mas com muito amor
Sentimento recíproco sem favor
Só não é a intensidade,
Te ofusquei com minha metade.

Sem nenhum pudor
E espero que não demore sem dor.
Que tal repetir o de antes?
Novamente iniciantes
Mas já sabendo o bastante
Para ainda querer o recíproco gostar.

Sem nenhum pudor
É isto que quero
Sentir sem mácula teu calor
Ainda que fiques vermelha
O carmesim que acho tão lindo em tua beleza.

Rafael no Papel

Rafael no papel por assim dizer
Um método estranho de me entender
Rafael no papel para às vezes escrever
Um fácil acesso para você me ler.

Rafael no papel, nele quase tudo cai
Eu mesmo me esqueço até onde vai
E ainda que lembre não faço questão
Deixo cá parte de mim, uma fração.

Rafael no papel sem ponto final
Várias reticências ainda porvir
Para vir a ser Rafael
Eu mesmo sem nenhum véu.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sincero Devaneio Lúcido

Tudo explodiu no fim da luta
um mês de abstinência, a extrema labuta
não sofrer vezes repetidas, não pensar em ti não te sentir.

Desisto por enquanto ou até sei lá quando,
consequências de uma recaída.
Acho que usei o nome errado porque não te tirei da minha vida
e nem quero, por isso não recaio apenas caio e gostaria....

Conciliar tempestade com a calmaria,
a calmaria que emanas flui e me toca,
mas dentro de mim há grande tempestade.
Se uma se apazigua e esfria acho que posso desdizer
esse verso e lembrar que você sorria
para escrever muitos outros e saber que eu não dormia.

Esculpindo Palavras

Pego dos instrumentos e começo a talhar voam lascas e rebatem
vírgulas, pontos, metáforas e os sentimentos a me acertar.
O bloco maciço de sensações tem de ser lapidado e uso de poesia
pra te deixar meu recado.

Esculpindo palavras para você, por mais que me esforce elas se distorcem,
não representam o que sinto, são impotentes e você não as da ouvido.

Esculpindo palavras para você não pra encurtar a distância ou fazer ressoar
o que já é sabido,polindo as pontas que eu achei.

Esculpindo palavras para você pra tentar “concretizar”, as palavras
são passageiras já não digo o mesmo das estátuas.

Esculpindo palavras para você, do lápis faço martelo e acerto em mim mesmo,
mármore algum trará melhor imagem do que a que tenho aqui dentro.

Esculpindo você em palavras... Não há como fazê-lo, pois só o teu sorriso
já cega a pouca vista que me resta e acabo por ficar a contemplar a melhor obra que há.

Esculpo e destruo, me desculpo e reconstruo e resoluto não mudo

e pra você eu entrego tudo, teus olhos se fecham e se esvai meu mundo.

Soneto (Só pra não perder o jeito)

Só para não perder o jeito
Eu dou meu braço a torcer e escrevo um soneto
Só pra te sentir mais perto
Lembro dos teus olhos e deles me cerco.

Quartetos e tercetos e um verso esta feito
Eu e você e me comprometo
Mas não a recíproca e se da um fim
Há apenas duas pessoas caminhando enfim.

Nada de errado, mas algo inacabado
Achei que tinha me conformado
Então sigamos para a última estrofe.

Relutando ou não você me absorve
Sem fazer esforço eu encerro
Este soneto mas não o sentimento sincero.

sábado, 11 de julho de 2009

Garçom

Numa bandeja de prata com todos os adornos,
com o molho de minhas lástimas e do meu choro
sem entrada alguma, nenhuma gentil sutileza
sirvo meu coração e sentimentos pegue o que você deseja.
Garçom errante do que é mais simples
Sujeito pensante do que é mais confuso
Simples de sentir, confuso de entender e assinalar.
Dou mais uma volta ao redor de tua mesa.
Você esta satisfeita? Ou tudo isso te causa indigestão?
não se preocupe não é necessário o seu perdão.
Isso tudo é um ato involuntário pena que a muito do tempo passado.

Numa bandeja sem consolo ponho tudo o que ainda há,
mesmo que nada tenha sobrado.
Anoto num bloquinho receitas pra ti,
tentativas de realizar os pedidos que não fazes pra mim
te indico o servido na bandeja
o prato do dia é a solução para sua tristeza
a tentativa de hoje é conquistar tua constância.

Quero apenas uma simples gorjeta,
o suficiente para transbordar meus bolsos, átrios,
e nesse instante mesmo que efêmero já me basta
ao meu lado ver sua sorridente silhueta.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

É Deste Modo

Mais uma de tempos atrás, mas permanece recente.

Quando penso que tudo esta acabado e esquecido
Mais uma vez sua lembrança vem em minha mente como que por feitiço um desígnio do destino.
E do nada eu volto a te observar mesmo passado todo este tempo.
Para novamente tentar te guardar com meu olhar nem que seja por um breve momento.
Seu encanto periódico de amor vem sobre mim sempre que te vejo, reacendendo a chama do meu coração.
Difícil de se dizer, mas fácil de se perceber.Este amor não é inabalável, mas digo que até o presente momento se apresenta indestrutível.

Acordes

Bem esta aqui é bem antiga coisa de uns 4 anos, acho que da pra notar pela diferença no estilo e composição, para falar a verdade ela esta inacabada pois perdi a cópia com ela inteira.


Eu estou pronto para falar
preso neste mesmo lugar
mas não posso partir
será que até aí eu posso ir?

Não estou bem o que aconteceu
tudo que sinto se perdeu?
Já juntei mil palavras e versos
nada digo, nunca expresso.

Vários títulos escritos nestas linhas
Versos das canções perdidos nestas páginas.

Todos os acordes que juntei
mas que nunca te mostrei
O que estou fazendo, eu errei?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Breve Retorno do Cavaleiro


O desembainhar rápido da espada
O movimento preciso da lâmina
Os escudos e as flechas incrustadas em corpos mortos
Uma planície desolada que deixei para trás
A aventura solitária em que me joguei para esquecer.

Um dragão por dia, uma noite a mais em claro
Batalhas súbitas sem motivo algum
As barreiras caem e as muralhas ruem,
Eu vou junto sem perspectiva.

Destruindo as mais temíveis bestas
Mas levando comigo a mais aterrorizante fera
Trazendo no peito a maldição incurável,
Que nenhum furor de guerra pode fazer esquecer.

Levanta-se mais um batalhão na minha frente
Destruo os inimigo sem piedade,
Mas a consciência me persegue quando relembro meus erros
Já não vale nada esta peregrinação exaustiva
Para esquecer do passado desta vida.

Retorno, vejo o castelo do alto da colina
Tiro o elmo para dar maior visão às lágrimas
Me disfaço da armadura da saudade
Atravesso o caminho, e a ponte levadiça cai
Junto com minhas últimas defesas.

Vejo que tudo esta igual desde o último ataque
O ataque que sofri de tuas mãos,
Ando até o palácio e avisto lá na torre,
Mesmo tão longe capturo o teu olhar.
Não há herói nenhum neste momento
Apenas um tolo com a espada na mão
Um instrumento de tirar vidas, que me ajudou a ceifar
A tua existência do meu brasão
Mas o corte não foi profundo e voltei à corte.
Cicatrizar a ferida é impossível mesmo com a luta,
Fiz uma epopéia escrita com sangue
Empunhei teu estandarte inconscientemente.

Diante da torre não vejo nenhuma princesa,
Não esperava te ver esperar na sacada
Não acredito em conto de fadas,
Mas creio no sorriso que observo
Deixo a espada cravada no chão,
Um guerreiro que não desistiu do amor,
Mas que não consegue conciliar-se com sua amada
Viro as costas e retomo a caminhada
Sem mais lutas, ganhei a guerra nesse instante
O brasão com teu nome gravado esta pulsante
Vi que ainda estou vivo apesar da morte que trago comigo
E senti em você o fim dos perigos
Mas ainda é cedo para sentar em teu trono
Adentrar em teu reino, ter este sentimento coroado
Faço uma reverência e sigo o destino
Esperando que ele não seja irremediável.

Deixo o reino dos sentimentos épicos
Nos quais não há nenhum heroísmo
Apenas a sensação do conflito, sombras de nada
Um beijo de despedida e adeus minha amada.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Declaração (Parte 2)

Impossível sua impossibilidade
Invencível para muito além da vontade
Instável como o olhar triste que às vezes trazes
Instaurado e sem chance de ser desalojado
Intimidador por instantes
Iminente, mas nunca o suficiente
Inquieto em tua presença
Inteiramente seu... basta querê-lo
Este é o meu amor que entrego a você

O Moribundo

Morte aos corações e a tudo que eles trazem,
as tais sensações que brotam a esmo,
as palpitações que me pego sentindo
os “eu te amo” que não tenho ouvido.

Estes corações que abrigam o mal,
Do século, milênio, da eternidade...
Eternidade que se finda em mim,
atendendo vulgarmente por sentimentos.
Eles nascem de forma oculta,
germinam como semente potente
e tem mais vidas do que qualquer gato
são mais resistentes que qualquer aço
e vão vivendo na eternidade...
Eternidade que se finda para mim.

E mesmo ao morrerem (eles morrem?!),
me deixam em seu testamento
consequências inconsequentes do sentimento.
Sentimento que vai, mas que ainda fica,
Vai até você e fica em mim
e nesse vai-e-vem segue eterno.
Eternidade que se finda em mim
mas que deveria ser em nós.

Morte aos corações, cortemos o mal pela raiz
Entretanto este mal que me liga a ti
Me é consolo para ser menos infeliz.
Na medida que todas as coisas se vão
e esqueço até que matei meu coração
quando olho para o lado e te vejo simplesmente existir.
É impossível não sentir
Mas é prudente parar a mão
E deixar o moribundo ressoar
ele que acabou de ressuscitar
para provar sua imortalidade pela eternidade
Que se finda em teu olhar.

Declaração (Parte 1)

Inexplicável como ele aparece
Inconfundível quando se manifesta
Incompreensível a sensação que espalha
Imutável em sua essência
Inconstante quando não atendido
Indolor apenas aos loucos
Imperceptível somente pra você
Incontestável para mim
Interior, mas transbordante furioso
Este é o meu amor que é todo seu.

sábado, 13 de junho de 2009

Caçadores de Sonhos

Esta aqui é em homenagem a galera do terceiro ano B Decisão, uma turma que no fim das contas, bagunças e amizades ficou marcada.


O horizonte que se levanta longínquo
Perto da nossa visão parece ser breve e finito.
Buscaremos nossos sonhos como um caçador, que com afinco
Persegue o êxito e busca o sucesso devido

Nos despedimos com um saudosismo profundo,
Como a lua, vamos girar em torno do mundo
Levando esse ano por todo nosso rumo
Sem perder a essência forjadora de tudo

Desde já temos a convicção plena
De que tudo que fizemos valeu a pena.
E de que todas as pessoas, alegrias, atos e fatos acontecidos,
Serão lembranças seladas eternamente em nosso íntimo.

A vida nos chama dando o seu beijo
Nos incentivando a ir até o fim
Por isso um adeus nunca caberia aqui
Porque esse fim na verdade é o nosso grande começo.

Como caçadores de sonhos que somos
Deixamos nossos “até logo” agradecidos
E vamos transformar em realidade tudo o que sonhamos
Na nossa vida em todos os sentidos

sábado, 30 de maio de 2009

"Poeta" Preguiçoso

No horizonte meu olhar se perdia,
Buscava algo na imensidão
Procurava não sei por qual razão
Mas no crepúsculo tudo se desfazia.

Um lento vagar de olhos acomodados
Observam o céu entediado
Nuvens passageiras e lindas
E o grande azul que nunca se finda

Na certeza do ócio meditante
Uma breve monotonia extasiante
Pensamentos repentinos, idéias perpétuas.
Vidas são passageiras, presenças são eternas...

A brisa vai soprando bate em meus cabelos
A vida vai passando e eu não me mexo.
Sou um poeta preguiçoso que escreve versos a esmo
Esquecendo da vida e relembrando eu mesmo.

Reflexões Desconexas ( Madrugada Poética)

Escuto uma guitarra dissonante
Na tela lcd uma imagem brilhante
Escuto uma batida pulsante.

Madrugada adentro e eu aqui
Reflito penso em mim e em ti
Que sono! Vou mandar ele dormir.

Ele obedece ao meu comando,
Mas engraçado eu sigo escutando
Pensei que fosse devaneio de um quase-sonâmbulo.

Faço digressões machadianas
Tudo vem e vai como a teoria heraclitiana
Quero rimar o verso então ponho mais um “ana”.

Desculpe mais ainda ouço barulho
Não é alucinação feita por um bagulho
Ou o som das coisas do mundo.

Quero mais uma estrofe desconexa,
Pra manter o suspense dessa peça
Odeio suspense vamos ao que interessa.

O som que escuto, não o explico
Pois até onde sei o amor é inaudível
Será que é isso que sinto?
Espero que você responda e finde esse rito
Quero adormecer sem entristecer
Sonhar sem nenhum pesadelo
Acordar e te ver sem receios
Olhar pro lado e te ver sorrir
Ahhh!!! Que seja cansei, mas é isso aí.

Meu Peito

Cabeça vazia, peito pesado
Consolo distante do meu lado
Imensuráveis sentimentos
Presos em um momento.

Cabeça aturdida e peito nauseado
Tudo flui, mas eu estou parado
Continuo num presente flutuante
Inquirindo sobre o futuro ressoante.

Cabeça mais leve, mas o peito constante
O que sinto não são pensamentos itinerantes
Por isso a dificuldade da minha fuga
E no meu peito segue-se essa luta.

Bons Sonhos

Tudo tão bom, você estava a me amar,
mas que pena cai da cama e vi que estava a sonhar.
Amor de uma noite só
que me persegue o dia inteiro, todo dia, sem pena nem dó.
Bons sonhos que tive, pena eram somente sonhos
vou acabar com eles... transformá-los em realidade,
no fim das contas basta assumir a verdade. Verdade?
Vou tirar esse fardo dos meus ombros
construir (ir)realidades com você
Cai da cama de novo, voltar a dormir, pensar em ti, melhor remédio para mim,
ao menos por enquanto.
Apenas bons sonhos.

Chuva

Vejo a chuva cair pela janela
ela embaça meus óculos e lava meus olhos
Cada gota uma percepção
estendo minha mão para fora
Tento prender a água que cai
ela pinga e escorre, impossível de segurar.

Sinto a palma da mão molhada
imagino que são lágrimas
derramadas não por você, mas por mim.
Percebo que não choro, é só a chuva
manifestação do entristecimento celeste
que lava minha melancolia, mas não a leva.

Dia chuvoso, céu nublado
ainda assim tudo é tão claro,
Claro como sua imagem que se forma
Nos espelhos d’água do meu interior.
Tarde solitária , mente e coração encharcados
minha vida inundou-se de você
e agora estou aqui ilhado te esperando
um ser alagado de emoções
olhando pros céus a suspirar
A chuva só me faz te lembrar.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Frio e Calor


É como o gélido calor,
como o escaldante frio,
embate simultâneo de opostos
o que sinto a meu modo.
Antagonismo, paradoxos, contradições...
Conflitos não em minha mente.
mas que fluem em minhas veias.
São explosões sem alerta algum,
são contradições cativantes de lugar nenhum.
Timidez com simpatia estonteante
um riso que vem com a tristeza consoante
um ser que não é, que volta a ser
E sem mais nem menos me deixa conhecer
que só se sente falta quando não se tem
Que o mal vem com o bem.
E por fim eu já nem sei.
Eu me arrepio no calor,
no gelo me vem o suor
Explode tudo e condensa-se num só
só , somente , apenas eu...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Rimas

Rima rica, rima pobre
Rima simplista ou nobre
Rima pra encher uma linha
Rima sua ou rima minha

Rima sincrética e parnasiana
Rima divina e mundana
Rima rimada e coesa
Rima exaltada e soberba

Rima na prosa, na poesia
Rima na fala do dia-a-dia
Rima para dizer nada ao mundo
Rima para tudo sem rumo

Rima que não é essência
Rima que me deixa sem paciência
Rima que ainda sim sigo rimando
Rima que acabo pensando.

Pode-se rimar tudo,
Mas ao mesmo tempo nada
A necessidade dela é uma piada
Porém o valor é dos mais profundos.

Para preencher um papel algumas bastam
Num coração elas nunca acabam
Mas na folha onde meu coração se jogou
É preciso findar, pois ele já acabou.

É isso aí escrito assim

É isso mesmo pois tinha de ser
não haveria outras coisas sobre as quais escrever
E é desse modo porque é assim que sei fazer.
Um lugar para jogar, quase no sentido mais chulo mesmo, o que penso e sinto
e para parar de perder os meus escritos.
Falar do que é, do que foi e do que eu gostaria que fosse
e sei lá mais o que.
É isso que escrevo e é desse modo que faço.


Pois bem ao longo das postagens(gostaria de dizer páginas)
deixarei pedaços de mim e espero que o que escrevo sirva para outros
indivíduos.