segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Insônia

Mas o golpe extasiante do sono esta começando a me afligir
E sinto as pálpebras pesarem e o coração se aconchegar,
Parando de palpitar pela pessoa que desejo e lembrando que meu sangue ele precisa bombear, dar um tempo no exercício constante que é te amar.

Ô vida que não é Severina, mas que encontra em meu peito um sertão árido

Por nele não encontrar o par,
Espero pelo rio caudaloso que irá me fazer transbordar.

E nesta espera o sono se vai e uma insônia me vem
Ela começa a chegar e me tira qualquer êxtase sonífero
E compadeço de tudo e sofro por nada
Não durmo, mas vou procurar nos sonhos a minha morada.

Marujo

Navegar em verdes-mares, seus olhos,
Me perdendo nesses oceanos sem nenhuma bússola pra me guiar,
Uso o teu sorriso para me justificar.
Um marujo perdido sentindo o sol refletir dourado em teus cabelos
Um marinheiro que só deseja se afogar em teu abraço.

Não há brisa tão boa quanto o sopro de tuas palavras
Não há vida melhor que não seja ao teu lado.
Por isso vou e volto no meu barco
Deixando sempre a bandeira do meu sentimento tremular no mais alto mastro.


PS.: achei esse boiando nas águas dos meus antigos arquivos de escritos, já estava à deriva fazia meses, sensação de recuperar um náufrago.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Desabafo do Eu-Lírico

Pobre de mim
que sofro tanto sem ter vivido
que não aprecio o que esta escrito
que presencio aquilo que não é comigo
que apenas conto o que me é dito.

Um tirano de lápis na mão
me faz refém vitalício
A vontade dele me guia
ai de mim pobre eu-lírico

Canto a canção de outro, harmonia alheia
Planto e nada colho, fico sem colheita

Nada faço por mim,
mas em mim muitos estão
multipersonalidades distintas
dependem somente da emoção
daquele que molha a pena na tinta
e através de meu ser fala tudo que sente enfim.

Miopia

Tão incertos,
Tão inquietos,
Tão cegos,
Os versos míopes que afloram
Sem razão
Ou com toda,
Mas com muita emoção
Ainda que eu fosse míope só da visão,
Mas ela me castiga
E se espalha, embaça...
Até mesmo meu coração
E não há óculos que cure esse mal.

E sozinho aqui
Vejo (ou nem tanto)
Que é assim mesmo pro meu espanto
Tudo é sem foco
E há muito que desconheço.

E levo a vida
Ou ela me leva
De mãos dadas
Vendo o muito pouco do quase nada.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

4 Letras

Tácitas e espontâneas
Elas vem surgindo
Quatro letras tão errôneas
Que dizem tudo que estou sentindo.

A meu ver é você e nada mais
Que esta bem aqui pulsando
O motivo por trás
Das quatro letras que vão brotando.

Casualmente fico pensando
Que não as posso escrever
E vou me enganando
Tão livres são ou parecem ser.

Ignoro seu perigo
É o que deve ser esse fervor
Por isso enfim digo, mas ainda deixo subentendido
As quatro letras são: a-m-o-r.

Sonho, Descuido e Queda

Até mesmo antes de te ver já esperava todo o seu ser
Sonhava incessantemente com você
Mesmo sem saber de alguma forma era pra ser assim.

Nada se concretizou, mas tudo bem pra mim
Ou nem tanto mas ainda há o porvir,

Vou levando no melhor que posso com a dose de descuido próprio
A mesma tão conhecida que me faz cair
Numa dessas escorreguei
Caí apaixonado e até agora não levantei.

Sensorial

Os olhos riem largamente
um sorriso que com o tato se sente,
os ouvidos sorvem tua voz
inspiram cada palavra como notas se desfazendo em nós.

Meu nariz inala teus movimentos
guardando o fugaz sabor de cada momento.
Apalpo teu odor pra guardar em mim
o caleidoscópio de sensações sem fim.
A língua se contorce alegre
é a explosão da tua cor que me apetece.

Olhando não vejo, mas sinto
acabo inventando um sexto sentido
e um sétimo e um oitavo
vários, tantos, muitos outros
para fazer companhia aos meus cinco
todos vão se derramando em teu íntimo.

Mas sei que todos são regidos
pelo bater certo e convicto
que trago na esquerda do peito aqui comigo.

E da tua boca exala
Dos teus olhos flutua
Da tua pele se desgarra
a seta espiralada que confunde meu sensorial.
As narinas que se dilatam
Os tímpanos que alcançam
você lá longe de forma especial.

Silêncio

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Tudo fica assim quando estou do seu lado
e só o bater do coração quebra o silêncio encarnado.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Enquanto Eu Estou Aqui

Enquanto eu estou aqui me deixe
te olhar com meus olhos inconsequentes
Enquanto eu estou aqui me deixe
com seus gestos, os mais singelos, os mais histéricos
Enquanto eu estou aqui me deixe
andar ao teu lado no meu jeito relaxado e estupefato
Enquanto eu estou aqui me deixe
pegar tua mão e te levantar mesmo da queda de outro
Enquanto eu estou aqui me deixe
brindar a vida com você sem riscos e mal entendidos apenas prazer.
Enquanto eu estou aqui e por fim, me deixe
ver por todos os ângulos o teu sorrir
furtivo,explosivo,horizontal e às vezes oblíquo, mas sempre atrativo.
E quando eu já não estiver ainda estarei,
esperando tudo isso em dobro sem necessidade de consolo
um ao lado do outro como quando nem esperava estar.
Enquanto eu ainda estou aqui me deixe
ficar e ser e não se incomode isso vai se resolver.

Sem Pudor

Sem pudor algum
Sem problema nenhum.
Como nos velhos tempos,
Nada velhos e muito recentes.

Sem pudor algum
Nenhuma ferida, mas uma cicatriz
Quero tudo de novo quero bis.

Sem nenhum pudor,
Mas com muito amor
Sentimento recíproco sem favor
Só não é a intensidade,
Te ofusquei com minha metade.

Sem nenhum pudor
E espero que não demore sem dor.
Que tal repetir o de antes?
Novamente iniciantes
Mas já sabendo o bastante
Para ainda querer o recíproco gostar.

Sem nenhum pudor
É isto que quero
Sentir sem mácula teu calor
Ainda que fiques vermelha
O carmesim que acho tão lindo em tua beleza.

Rafael no Papel

Rafael no papel por assim dizer
Um método estranho de me entender
Rafael no papel para às vezes escrever
Um fácil acesso para você me ler.

Rafael no papel, nele quase tudo cai
Eu mesmo me esqueço até onde vai
E ainda que lembre não faço questão
Deixo cá parte de mim, uma fração.

Rafael no papel sem ponto final
Várias reticências ainda porvir
Para vir a ser Rafael
Eu mesmo sem nenhum véu.