segunda-feira, 10 de maio de 2010

Colcha de Retalhos

Te proponho: tentar entender teus desejos
E complementar teus anseios
Deixar você chorar por nada
Quando não houver mais jeito
Mas segurar teu sorriso sob seu queixo
Para que dele tu não esqueças.
Fazer da felicidade uma constante
Entrecortada por tristezas em relances
Faço o que estiver ao meu alcance
Este, no entanto pode ser flexível e reverberante
E que você também me agüente
Pois tenho muitos e outros tantos defeitos
Dados a você reciprocamente
Como os seus por mim vão sendo aceitos.

Nossas mãos se entrelaçando
Seus cabelos a enrolar nos meus dedos
E no meu ombro tua cabeça repousando,
De parte a parte a única do meu corpo
Que ainda é seu um amigo
Tenhas certeza de apreender este sentido,
Ainda digo mais uma coisa
Que eu possa escrever em sua boca.

Acho que de propostas você já esta farta
Ou nem tanto,
Esqueça isso um pouco e olhe aquele canto
Bem ali naquele olho d’água
(Que me tirou a atenção dos teus)
Esse mesmo onde um rio caudaloso deságua,
Vem surgindo um barco de papel
Meu amassado, encharcado e capenga
Mas que muito me lembra
Certo lirismo já perdido,
Embora eu ache que esse caso foi “fingido”.
Ele não morreu já é o terceiro dia
E como certo judeu ressuscitou
Então o tirei do lago, dei uma secada
Mas não o pus em um bolso ou peito
Te entreguei pois também é seu por direito
É melhor espalhá-lo sem pensar em nada.

Com isso já faço parte do proposto
Sem nem prometer
Mas deixo aí em cima, exposto
Pegue e vamos viver
Numa colcha de retalhos
Onde prosa, verso e teu sorriso
Saúde, tristeza e ferida
Amor, sangue e despedida
Se costuram indivisíveis
A grande inconstância do mundo
Nós dois humanos invisíveis
Perto de outros tantos ao lado e ao fundo
Fazendo nossa alegria ser previsível.

Acabou a inspiração
Mas não cessou a emoção
Essa nunca passa não se arrefece
Como andar de bicicleta não se esquece
Apesar de eu não saber o segundo
O primeiro é inerente e espera
Que você tenha re-sentimento profundo
Sinta novamente e sempre
E mesmo na recusa do proposto anteriormente
Aceite a parte que bem te entende.

Vamos ao ponto final
De caráter reticente
Pois ainda há exclamações, interrogações,
Aspas, orações, parágrafos e vírgulas
Muitas entradas e saídas
Uma semântica e gramática
De longe infinitas, mas claro nada pragmáticas
...

Ps.: Rapidinho pra não perder o vício. O outro PS ainda vale, mas eu ainda sou eu então saiu isso aí de cima.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Pausa Fúnebre

O pus num barco de papel e fiz descer um rio caudaloso
Lá se foi todo meu otimismo romântico
Falta não faz ou talvez não, quem sabe não é mesmo?
Mas me desfiz dessa vírgula sempre constante nos pensamentos e atitudes
Adeus.

Não estou voando e me sinto seguro
Não estou amando, mas sentindo muito
Foi embora meu romantismo,
A despedida triste e vergonhosa
Sem tempo certo de ir embora.
Por enquanto, e indeterminado eu me desfaço
Dos olhos e sorrisos que tanto me agrado,
Até mais meu lirismo.


Ps.: para os que lerem o citado acima não há nada de triste ou pessimista apenas desci do céu e me tornei realista.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

1/2

Metade cheio
Metade vazio
Meio copo em cima da mesa
A metade de quatro são dois
Dois olhos para cada face,
As nossas ainda distantes.
Meio-dia e meia
Já se foi metade do meu dia.

Escrevendo meias palavras
Que não fazem sentido por inteiro
Fico com toda a impressão
De ter te escrito meia poesia
Mas de ainda te dar todo o sentimento.