quarta-feira, 7 de abril de 2010

Triste Conto Sem Um Ponto

Chego em casa ponho os óculos em cima da mesa
Lentes divergentes
Destranco a gaveta das memórias
Atos inconsequentes
Abro a janela e desvaneço
Vejo uma estrela cadente
Tento escrever algo
As palavras fogem da minha mente
O meu erro foi o seu
Tão simples e contundente
E rememorar os tempos felizes
É uma tentativa imprudente,
O passado não volta
Como foi exatamente
Só posso me apegar a história
E interpretá-la convenientemente.

Ligo a tv para me distrair
Passa alguma notícia urgente
Mas é totalmente indivisível
Esse sentimento que agora é inerente,
A campainha toca
Uma melodia insistente
Corro até a porta aguardando
Ver sua figura novamente...
Que pena adormeci e sonhei
É apenas um triste conto infelizmente
Sem ponto final
Que nunca chega, eternamente
.

Espasmos Afetivos

Encontrei-a e nos abraçamos fortemente, com todo o carinho que podia haver entre a gente.
− Seus abraços estão mais carinhosos e apertados. Cinicamente ela falou.
− Não ligue não, são apenas espasmos afetivos.
− ??!!
− O coração também é um músculo, tenha certeza que ele palpita quando te vê daí então todo o resto vai junto numa espécie de osmose sentimental que faz surgir espasmos afetivos .
− Nossa isso foi biologicamente romântico.
− Isso foi um elogio?
− Não se preocupe o que vale é a intenção.
E se seguiram muitos outro espasmos.

A Garota do Poço

Era um dia escuro, sabe se lá porque e alguma coisa me intrigava. Fui andando assim como quem vai fazendo a obrigação a qual é designado. E sentada num banco eu a avistei, estava lá contemplativa e ao mesmo tempo irrequieta como alguém que lê algo e não esta entendendo – talvez seja assim que você esteja se sentindo. Mas bem ou mal acho que já a conhecia ou pelo menos adoraria, e tenho certeza que se não fosse o acaso pra fazer esse encontro eu mesmo o faria.

Pois bem, sentei-me. O tempo é relativo, não sei quanto dele se passou até o momento que de surpresa ela me arrematou aflita: “Sabe moço que de ansiedade eu sou um poço, fico querendo consumir tudo de uma vez toda a minha vida”. O dia ainda era escuro e, todavia eu ainda mais intrigado estava. Quem diria me sentar ao lado de um poço tão profundo. E no que ela ia falando de como se atrapalhava ao tentar fazer os seus desejos e do quanto errava em tudo e se arrependia, eu fui achando que mais bela, humana e parecida comigo e todo o resto ela não ficaria. E os seus dois grandes olhos de tudo os detalhes mais importantes, tanto que não eram detalhes. Eu acreditei que eles fossem os poços aos quais ela se referia... Finalmente depois da cheia de tudo o que ela confusamente exprimiu, pude parar e refletir ou na verdade contemplar pois acho que por fim entendi. Então pude emendar: “Moça não nego tua ânsia que de todas deve ser uma das maiores das inconstâncias dessa vida que é tão humana, mas sabe não se afogue nas águas que enchem esses dois poços que trazes, deixe isso para mim, tire deles pequenos baldes em doses pausadas ou nem tanto e não se esqueça de viver até o fim. E se precisar comigo pode contar pois sou pequeno mas meus ombros são fortes para que desses poços eu possa retirar um mar”.

O dia ainda se fazia escuro. Ela olhou-me espantada e grata, com um olhar de vergonha e ternura e viu toda minha (im)provável resposta entrar-lhe nos ouvidos e no seu coração fazer raiz. Ou pelo menos assim entendi, quando o seu sorriso pude admirar. A pequena então me abraçou e deixou um pouco do oceano que trazia consigo fluir. Eu o abraço devolvi e com um pouco de embaraço antes de me despedir fitei seus grandes olhos e corroborei o que entendi. “Moça ainda peço que agora depois disso tudo solte essa luz que esta aí presa e deixei-a inundar todo o mundo.”

Fui-me embora sem olhar para traz. Indo com minha missão cumprida, olhei ao redor e vi toda a luz voltar. Foi um dia de plena luz para mim e a garota do poço.

Post Scriptum

Mudei o nome e voltei a escrever
Já tinha falado dele algo
Deste céu que aqui trago
Mas foi uma daquelas explicações
Que rodeiam e não vão
A lugar algum e se vão
Mas vá lá
Ficou melhor assim
Agora posso ter um céu
Que sorri para mim
Inundado do que quiser
Esqueci de dizer
Esse tanto que não adianta nada
Então joguei mais um ps.

PS².: O nome mudou mas só ele mesmo, o antigo era pouquíssimo original e inconsistente por si só já que nem só de verso isso aqui se fazia portanto memso que não se explique o que eu queo com este novo nome ele esta aí com toda a cara de definitivo.

Saindo de Stand By

E já faz um certo tempo
Dois meses de tempo certo.
Foi por não querer
Por achar que não sabia mais
Não ohar pro lado e ler
Por me esquecer
Desviar minha inspiração...
E no fim e em suma
É minha toda a culpa,
Não sou bom com explicações
Mas parei de ficar parado
Nesse exato instante,
Estou saindo de stand by.